Alice Moniz, Oficina Multimédia
O nosso trabalho teve como única e exclusiva referência o artista Erwin Wurm, particularmente um conceito de uma parte do seu trabalho: “One Minute Sculptures”. Este conceito tem como matéria-prima o corpo humano o qual assume posições simples, um quanto invulgares, facilmente descritíveis, e por vezes paradoxais: um homem deitado no chão, duas pessoas frente a frente unidas por objectos ou outra trivialidade qualquer. Transparece a partir das fotografias uma relação inesperada entre o modelo e objectos comuns, utilizados no nosso quotidiano, levando o espectador a questionar a própria definição de escultura.
A fim de concretizar este trabalho recorremos a espaços livres e abertos, e a objectos triviais, vulgares, tal como Erwin recorre para produzir as suas fotografias; mais concretamente a cadeiras, baldes, computadores, caixotes e afins. Para a construção propriamente dita da imagem, foi necessário pedir ao modelo em questão o favor de se posicionar numa determinada pose, e segurar de certo modo um dito objecto ou erámos nós que colocávamos o objecto num certo lugar, dependendo da situação. Captamos as imagens no modo manual, mudando apenas a abertura da lente ( valores alteraram entre 3,5 a 6,3), o ISO (variou entre 200 e 600), e a velocidade de disparo (alternou entre 1/30 e 1/125).
O que nos chamou atenção das “Escultura de Um Minuto” de Erwim Wurm, foi o facto dos momentos congelados que este projecta serem umas pequenas ironias humanistas, imagens com gestos que reivindicam um estatuto prosaico, um quotidiano banal e, até mesmo, poético para a condição de estar vivo e possuir um corpo.
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